A professora Dra. Vera Navarro alerta para a importância de discutir o sério problema social que é a superexploração da força de trabalho. Sua pesquisa confirma que, no estado de São Paulo "a cultura da cana-de-açúcar é a atividade que mais contrata" força de trabalho braçal de forma concentrada, principalmente, na operação de colheita. A autora revela que em 2007, "cerca de 163 mil trabalhadores foram empregados na colheita manual da cana-de-açúcar naquele estado, onde colheram cerca 190 milhões de toneladas de cana (aproximadamente 60% da cana plantada)."
O texto de Navarro demonstra, também, as condições de trabalho dos cortadores de cana da região de Ribeirão Preto são extremamente hostis, duras, desumanas. O trabalho na colheita da cana naquela região “(...) é um trabalho que, além de expor o trabalhador a toda sorte de intempéries, como a maioria dos trabalhos rurais, (e aqui é bom lembrar que a temperatura na região em épocas de safra pode atingir quase os 40ºC, expô-lo ao risco de acidentes com animais peçonhentos, intoxicações por agrotóxicos, entre outros), submete-o a ritmos acelerados na medida em que o ganho, geralmente, dá-se por tarefa realizada”.
Navarro é concisa ao expor que, os trabalhadores suportam duras condições de trabalho baixos salários e precárias condições de moradias, pois paira sobre eles (homens e mulheres) o fantasma do desemprego - que avança em conformidade com a crescente mecanização no campo e com a lógica de diminuição de gastos com força de trabalho. Segundo conclui, essa lógica só poderá ser revertida quando os trabalhadores do campo tiverem outras opções de trabalho, o que passa, lembra Navarro, "pela questão da reforma agrária e de outro direcionamento da política agrícola do país."
Leia o texto na íntegra: https://internacionalamericas.blogspot.com/2011/05/trabalho-indecente-su...
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