Trabalho e Marxismo: questões contemporâneas, o novo livro organizado por Tábata Berg, Flávio Lima e Murillo van der Laan.
O livro toma como ponto de partida, numa pluralidade de perspectivas, os avanços mas também os limites da tradição dos estudos marxistas do trabalho, na qual se insere, assim como as questões que atravessam o arenoso terreno do debate contemporâneo. Sendo incontornável a centralidade do trabalho para o capitalismo, também o é o caráter estrutural que as intersecções entre as dimensões de gênero, raça, etnia, sexualidade, entre outras, têm na conformação da pluralidade de suas formas, assim como no modo pelo qual a expropriação capitalista lhe rege. Caráter esse que também conforma as lutas de classes, mais vivas do que nunca, e que se somam à complementaridade capitalista entre as formas de trabalho assalariado e não-assalariado.
As intervenções nele incluídas preocupam-se com as metamorfoses no mundo do trabalho. Ao mesmo tempo, reivindicam a atualidade das obras de Karl Marx e Friedrich Engels, trazendo leituras densas e pesquisas de maior fôlego. Os treze capítulos que compõe o livro estão organizados a partir de três eixos principais: as relações de gênero e étnico-raciais nos mundos do trabalho; as flexões e flexibilizações presentes nos mundos do trabalho; e Marx e a ontologia: novos olhares e desafios. Os eixos estão centrados, principalmente, em caminhos apontados pelas (re)insurreições dos movimentos negros, feministas e ecológicos.
Acesse o livro (gratuitamente) pelo seguinte sítio: https://lutasanticapital.com.br/collections/ebooks ou https://library.bz/main/uploads/78301359C4FD3A82B44CF7C44BAE13D9
"O livro Trabalho e marxismo: questões contemporâneas, que as leitoras e os leitores encontram a seguir, é uma feliz fotografia de uma jovem geração de estudiosas e estudiosos da teoria social que, em sua quase totalidade, formou-se em diálogo direto com o que certa vez denominei Escola crítica de ciências sociais da UNICAMP.
Por conta dessa postura, desde logo, podemos notar que cada capítulo desta obra se diferencia das múltiplas variantes presentes na pós-modernidade, que tanto macularam certa sociologia contemporânea, aqui e alhures. Ou, melhor seria dizer, alhures e aqui, uma vez que tais variantes nasceram primeiro no cenário eurocêntrico para, depois ,(acriticamente) esparramaram-se por estas e outras tantas bandas. Seu eixo central tentava nos convencer do envelhecimento precoce e consequente sepultamento da teoria social crítica. Sem dialética, sem síntese de múltiplas determinações, seria finalmente mais fácil e leve compreender o mundo. Deu no que deu.
Os capítulos aqui presentes, desde logo assumem pressupostos abertamente distintos e opostos às proposições acima aludidas. Mas o fizeram, vale acrescentar, também se diferenciando, pela qualidade e originalidade, de uma leitura prisioneira de amarras e travas, que tantas vezes obliterou as possibilidades de intelecção do real, do ser-precisamente-assim, tal como ele se apresenta em nosso tempo." Ricardo Antunes
Sumário
Prefácio - Luci Praun
Introdução – Tábata Berg, Flávio Lima, Murillo van der Laan
PARTE I. AS RELAÇÕES DE GÊNERO E ÉTNICO-RACIAIS NOS MUNDOS DO TRABALHO
Acoplamentos fatais de poder e diferença: notas sobre racismo e geografia - Ruth Wilson Gilmore
“Revirando a pilha de escombros”: o fazer-se da classe trabalhadora em uma perspectiva feminista – Tábata Beg
Mulheres em home office na pandemia e a crise da reprodução social - Lívia de Cássia Godoi Moraes e Patrícia Rocha Lemos
De mucama à trabalhadora doméstica: laços “familiares” e amarras da escravização - Marcela Soares e Marianna Costa
Na “viela” do progresso: imagens e narrativas femininas da luta por moradia na cidade-mercadoria - Carolina Cristina Mantovani Ferreira e Stela Cristina de Godoi
Migração, gênero e reprodução social - Mariana Shinohara Roncato
PARTE II. FLEXÕES E FLEXIBILIZAÇÕES PRESENTES NOS MUNDOS DO TRABALHO
Dimensões da flexibilidade nas relações de produção têxteis no Brasil: uma discussão crítica - Flávio Lima
O mundo do trabalho e a opressão regional: projeto de país ou “invenção do Nordeste”? - Iuri Tonelo
Quando a redação é um grupo no Zap: o trabalho plataformizado dos jornalistas - Ana Flávia Marques
PARTE III. MARX E A ONTOLOGIA: NOVOS OLHARES E DESAFIOS
Notas críticas sobre natureza, trabalho e valor na Ontologia lukácsiana - Murillo van der Laan
Friedrich Engels e o papel do trabalho na evolução do macaco em ser humano - Wagner Miquéias F. Damasceno
As possibilidades da subsunção real do trabalho imaterial ao capital: Marx contra alguns (des)caminhos do marxismo - Vinícius Oliveira Santos
Normatividade e subjetividade na crítica da economia política de Karl Marx - Hyury Pinheiro
Lançamento de livro: Trabalho e Marxismo: questões contemporâneas
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