Em entrevista para a Revista ComCiência (Unicamp), o professor Ricardo Antunes discute as novas formas em que o trabalho se apresenta num mundo cada vez mais conectado, desregulamentado e complexo, onde servidão e retrocessos frequentemente confundem-se com privilégios e avanços, tema de seu novo livro, O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital (Boitempo, 2018).
Para o autor, “essa combinação de trabalho online com trabalho manual se deu num contexto de reestruturação produtiva permanente do capital – estamos agora às vésperas da indústria 4.0 – e num processo onde há uma amplificação do neoliberalismo sob hegemonia do capital financeiro. No mundo produtivo e das empresas, significa a vigência de um receituário que é infalível: flexibilização, informalidade, precarização mais acentuada (uma vez que há perda de direitos e corrosão da regulação social) e, agora mais recentemente e de modo muito intenso, a existência de trabalhos intermitentes por exemplo, uma modalidade que foi regulamentada no Brasil com a Reforma Trabalhista de 2017”
Isso criou, lembra Antunes (2018), um cenário contraditório: “há um mosaico de atividades, desde ultra qualificadas (trabalhos comandados por tecnologias de informação e comunicação, inteligência artificial, internet das coisas etc) até, na base, uma miríade de trabalhos precários e intermitentes que estão nos fast foods, na indústria hoteleira, nos call centers, setores de limpeza e cuidados etc.
Leia a entrevista na íntegra: http://www.comciencia.br/os-jovens-de-hoje-que-tiverem-sorte-serao-servo...
Entrevista: Os jovens de hoje que tiverem sorte serão servos
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